quarta-feira, 23 de novembro de 2011

A influência das mudanças climáticas na saúde


As pessoas têm, desde tempos antigos, associado certas condições meteorológicas com a saúde. A conexão entre o tempo e a saúde é especialmente clara quando a taxa de cancro da pele aumenta durante as ondas de calor ou durante períodos de frio extremo que colocam os idosos em maior risco de morte.
A doença que resulta de valores extremos de temperatura e radiação ultravioleta é um efeito óbvio das condições meteorológicas na saúde. Efeitos não tão óbvios incluem a influência de tempo no nosso humor, comportamento e bem-estar geral. As pessoas sensíveis ao tempo ficam frequentemente irritadas um dia ou dois antes de uma mudança no tempo e ficam frequentemente num estado terrível quando há a chegada de uma frente.
O nosso corpo reage ao frio comprimindo os vasos sanguíneos e como resultado, nosso coração tem de realizar mais trabalho para fazer passar o sangue pelos estreitos vasos. Uma diminuição significativa na pressão provoca uma expansão do ar nas cavidades isoladas do corpo, provocando dor em articulações ou músculos. Alguns de nós experimentamos este fenômeno quando viajamos de avião e a pressão no interior do aeroplano diminui durante a descolagem. Muitas pessoas são sensíveis a mudanças no tempo e a dor que sentimos pode ser causada pela irritação nas extremidades nervosas como resultado de mudanças repentinas nas condições meteorológicas.
Os ventos secos do interior antes da chegada das frentes denominam-se de Foehn nas regiões Alpinas de Europa Central e Chinook e Santa Ana nas regiões das Montanhas Rochosas do Canadá e E.U.A.. Curioso é que alguns tribunais suíços permitem considerar os efeitos negativos destes ventos como um fator mitigante em alguns crimes.
Além dos efeitos diretos, as mudanças climáticas também estão aumentando a reprodução de vetores e outros novos estão aparecendo. O surgimento da bartonelose e leishmaniose na região da tríplice fronteira, entre Brasil, Bolívia e Peru, mostra como a multiplicação de vetores tem aumentado o número de doenças raras. O aumento da temperatura propicia a reprodução além de expulsá-los para outros locais. Especula-se que isso também teve relação com o fenômeno El Niño, uma vez que ele muda o regime de chuvas e de temperatura na região durante alguns meses do ano.
Tendo em vista os altos índices de doenças devido ao clima, os investigadores constataram que as condições médicas não eram suficientes para explicá-las, justificando o nascimento de uma nova ciência a Biometeorologia. Ela consiste numa combinação de muitas disciplinas científicas, principalmente a meteorologia, a medicina e a biologia.

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